Regulação do acúmulo de Na+ e resistência à salinidade em (Vigna unguiculata (L.) Walp)

Resumo

O feijão-caupi é uma leguminosa muito importante para a população brasileira, principalmente por ser cultivado na região Nordeste, muitas vezes em áreas salinizadas. Assim, o objetivo do trabalho foi avaliar o efeito do estresse salino no crescimento (massa seca) e partição de íons (Na⁺, K⁺ e Cl^–) em feijão-caupi (Vigna unguiculata), visando associar essas variáveis fisiológicas com a resistência entre cultivares à salinidade. Sementes das cultivares Pérola e Pitiúba foram semeadas em casa de vegetação, em vasos plásticos de 0,8 L, contendo areia e vermiculita. Após 15 dias de semeio, as plântulas foram irrigadas com NaCl (0, 50, 100 e 200 mM) durante oito dias (curta duração) e 20 dias (longa duração), carreado na solução nutritiva por meio da fertirrigação. As avaliações realizadas foram: massa seca e conteúdo de Na⁺, K⁺ e Cl^– em folhas e raízes. O tratamento salino reduziu o acúmulo de massa seca nas folhas e raízes das duas cultivares de feijão-caupi, já no quarto dia de exposição às concentrações de NaCl. Essa diminuição foi proporcional ao tempo de exposição e a dose de NaCl utilizada. A redução de massa seca nas folhas e raízes foi acompanhada pelo aumento proporcional no acúmulo de Na⁺ e Cl^– nesses órgãos. O conteúdo de K⁺ permanece inalterado nas folhas, havendo uma tedência à redução nas raízes. A cultivar Pitiúba foi mais resistente à redução de massa seca das folhas e raízes do que o Pérola sob estresse salino. Os mecanimos de exclusão de Cl^– nas folhas e raízes do Pitiúba são menos efetivos em comparação ao Na⁺. Assim, o Na⁺ parece ter contribuido mais do que o Cl^– para a redução de massa seca em plantas de feijão-caupi sob estresse salino. O grau de resistência à salinidade em feijão-caupi está associado mais a regulação do acúmulo de Na⁺ do que de Cl^– em seus órgãos.