SÍNDROMES DE DISPERSÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ABUNDÂNCIA NAS COMUNIDADES ARBÓREAS EM FLORESTA TROPICAL SECA, PE, BRASIL

Anália Silva Almeida, Sônia Formiga Albuquerque, Geraldo Majella Bezerra Lopes

Resumo


Estudos sobre a distribuição de abundância de espécies são importantes por permitirem a descrição desta distribuição dentro de uma comunidade ecológica em diferentes escalas geográficas, possibilitando assim o entendimento dos processos bióticos e abióticos que podem interferir sobre as taxas de recrutamento, crescimento e mortalidade de seus membros e de seus antepassados. O presente estudo foi realizado em seis municípios do Estado de Pernambuco na Floresta Tropical Seca (Caatinga) e teve por objetivo detectar as síndromes de dispersão presentes nas comunidades arbóreas e apresentar os modelos estatísticos que melhor representam a distribuição de abundâncias dessas comunidades arbóreas. Os resultados do estudo revelaram 22.512 indivíduos arbóreos distribuídos em 35 famílias, sendo que a família Fabaceae foi a que apresentou o maior número de espécies (n=9) e a família Euphorbiaceae foi a que apresentou o maior número de indivíduos (13.426). A análise da síndrome de dispersão mostrou que a maior parte das espécies possuem síndrome de dispersão abiótica (autocórica e anemocórica), a dispersão autocórica correspondeu a 45,71% das espécies (n=16 e 18.088 indivíduos), anemocórica a 14,29% (n=5 e 2.420 indivíduos) e zoocórica a 40,0% (n=14 e 2.004 indivíduos). Para todas as síndromes de dispersão o modelo que apresentou o melhor ajuste segundo o Critério de Informação de Akaike foi o Normal fato este o qual sinaliza que no período em que foi realizado o levantamento dos dados estas comunidades estavam em processo de autorregeneração, o que pode indicar a atuação de processos bióticos e/ou abióticos atuando na estruturação dessas comunidades.

Palavras-chave


Anemocorica, autocorica, zoocorica

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DOI: https://doi.org/10.12661/pap.2022.014

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