VIABILIDADE ECONÔMICA DE PRODUÇÃO DE BIOENERGIA EM ÁREAS DE ASSENTAMENTOS DE REFORMA AGRÁRIA NO NORDESTE SEMIÁRIDO, PE, BRASIL

Anália Carmem Silva Almeida, Anália Carmem Silva Almeida, Geraldo Majella Bezerra Lopes Majella Lopes, Sonia Albuquerque Formiga, Maria Socorro Medeiros, Felipe Carlos P. Almeida

Resumo


O estudo foi realizado em 13 áreas de Floresta Tropical Seca (Caatinga) localizadas no Semiárido do Estado de Pernambuco, Nordeste, Brasil. Os objetivos foram realizar a avaliação econômica do serviço ecossistêmico de produção de bioenergia (lenha para fornecimento às calcinadoras do Polo Gesseiro do Araripe) oriunda de atividade extrativista e a verificação da média de renda anual obtida por meio da gestão florestal. As 13 áreas totalizam 3.645,24 hectares podendo anualmente ser manejados, por corte de talhadia simples, uma média de 245,70 hectares. Foi constatado que a produção média total de lenha destas treze áreas era de 21.164,49 m3/ano (superando a demanda anual das calcinadoras do polo gesseiro do Araripe que é de 16.533,29 m3/ano) e que a expectativa de rendimento total anual destas áreas era de R$: 1.206.375,93. Também foi constatado que poderia ser obtida anualmente uma produção média de 1.628,04 m3/ano de bioenergia, a renda total média anual destes assentamentos poderia chegar a R$: 4.909,95 por hectare, os custos fixos e variáveis para execução dos planos de manejo correspondem, respectivamente, em média a R$: 1,58 e R$: 48,81 por hectare (totalizando R$: 50,39 por hectare) e a renda média total por família/ano poderia alcançar R$: 2.831,87. O uso da floresta tropical nativa sob o regime de plano de manejo florestal além de possibilitar a gestão florestal sobre o serviço ecossistêmico de produção de bioenergia também supre a necessidade anual de lenha do polo gesseiro do Araripe e poderia ser uma atividade economicamente rentável para os produtores rurais.


Palavras-chave


Extrativismo vegetal, biomassa

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DOI: https://doi.org/10.12661/pap.2022.008

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