AVALIAÇÃO DE TOXICIDADE DO Bacillus thuringiensis EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO

Larita Veruska José Bezerra da Silva, Túlio Alexandre Freire Silva, José de Paula Oliveira, Ana Lúcia Figueiredo Porto, Liane Maria de Almeida Castro Maranhão, Beatriz Rayana Damásio de Andrade, Maria Luiza Ribeiro Bastos da Silva

Resumo


O controle biológico feito através de bioinseticidas com base em Bacillus thuringiensis (Bt) é um dos métodos de manejo sustentável de pragas agrícolas. Entretanto, a preocupação com a efetividade contínua das cepas armazenadas por meio de diferentes métodos de conservação é uma questão pouco estudada nos meios acadêmico e industrial. Portanto, este trabalho teve como objetivo identificar o método mais adequado para a manutenção das subespécies Bacillus thuringiensis var. kurstaki (Btk) e Bacillus thuringiensis var. berliner (Btb), visando seu grau de toxicidade após o período de armazenamento. As cepas de Bt foram pré-inoculadas, incubadas e posteriormente, inoculadas e armazenadas nos seguintes métodos de conservação: discos de papel, submersão em óleo mineral e pellet congelado nos períodos de dois, quatro e seis meses. Após esses períodos as biomassas, esporos e delta-endotoxinas de Bt foram recuperadas e observou-se que o armazenamento em pellet congelado permitiu uma maior estabilidade do microrganismo, com uma diferença de produção de apenas 12% da amostra inicial à final do período de armazenamento. Este método manteve, principalmente, a estabilidade genética da cepa, ocorrendo um decaimento na produção de delta-endotoxinas após o período de seis meses, de 1089,44 mg/L para Btk e 1251,67 mg/L para Btb.  Quanto a toxicidade contra Spodoptera frugiperda, após 06 meses de armazenamento utilizando o método de pellet congelado, não foi notada nenhuma alteração na atividade entomotóxica das delta-endotoxinas produzidas por Bt, apresentando taxas de mortalidade de 90,45% e 91,03% para Btk e Btb, respectivamente. Os demais métodos mantiveram a viabilidade celular, porém, a produção de delta-endotoxinas e sua toxicidade foram significativamente menores quando comparado ao método pellet congelado, comprovando que a técnica de armazenamento em pellet congelado é um método de conservação viável e específico para Bt.


Palavras-chave


Bacillus thuringiensis. Armazenamento. Microrganismos. Delta-endotoxinas. Manutenção.

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DOI: https://doi.org/10.12661/pap.2021.008

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