EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÁCIDOS GRAXOS ASSOCIADOS À PALMA FORRAGEIRA NO PERÍODO DE TRANSIÇÃO SOBRE PERFUSÃO VASCULAR ENDOMETRIAL E ENDOMETRITE SUBCLÍNICA EM VACAS HOLANDESAS NO PÓS-PARTO

Resumo

O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência do fornecimento de um composto de ácidos graxos (AG) no período de transição associado à dieta base com palma forrageira sobre a perfusão vascular uterina, escore de condição corporal, concentração de β-hidroxibutirato (BHB) e taxa de concepção pós-parto em vacas da raça Holandesa. O estudo foi realizado na Estação Experimental de São Bento do Una - EESBU /IPA, localizada no município de São Bento do Una, Pernambuco, Brasil, latitude 08 31 '35'' S, longitude 036 27' 34,8ʺ W e índice de temperatura e umidade (ITU) de 67,3. Foram avaliadas 63 vacas no período de transição e mantidas em sistema semi-intensivo. As vacas aos 220 dias de gestação foram submetidas ao período pré-parto de 60 dias, tendo como dieta base 35 Kg de palma forrageira, 40 Kg de silagem de sorgo, alem de complementação com 2 Kg concentrado proteico com 14% PB e adicionada de 5 % suplemento mineral nos primeiros 39 dias. Aos 21 dias antes do parto, foi alterada apenas a complementação proteica para 22% de PB. Sendo distribuídas em dois grupos experimentais (T1 e T2). No T1 (n=30) as vacas receberam no período de transição de 21 dias antes do parto 200g do composto de AG (gordura protegida), constituído pelo Ácido Linoléico, Ácido Linolênico e Ác. Linoléico Conjugado (Megalac^®-E, Vaccinar) adicionado ao concentrado proteico. O T2 (n=33) foi constituído por vacas que receberam apenas o concentrado proteico fornecido para o T1, sem adição do Megalac-E. Todas as vacas foram submetidas à avaliação do escore de condição corporal (ECC) na escala de 1 a 5. Sendo avaliadas no início do período de transição aos 21 dias antes do parto e ao final do período voluntário de espera (PVE) aos 40 dias pós-parto. Para o monitoramento de distúrbios metabólicos foi realizada em todas as vacas a dosagem das concentrações sanguíneas de BHB, sendo as dosagens realizadas início do período de transição e ao final do PVE. Os exames ultrassonográficos foram realizados com aparelho de ultrassom na frequência de 6,0MHz, utilizando transdutor endorretal linear no modo Doppler colorido para avaliação da perfusão vascular endometrial (PVENDO), sendo atribuídos escores de 1 a 4. Imediatamente após as avaliações, as vacas (T1 e T2) foram submetidos a protocolo de IATF, sendo o diagnóstico de prenhez realizado 30 dias após. Os dados foram submetidos a análise de variância ANOVA e ao teste Z a 5%. Quanto aos resultados de ECC não houve diferença (p>0,05) entre os grupos (T1 a T2), nem tampouco em relação aos períodos pré e pós-parto. Em relação ao BHB as concentrações médias não evidenciaram diferença (p>0,05) entre os grupos (T1 e T2) no pré-parto; todavia, no pós-parto apresentaram diferença (p<0,05), sendo as concentrações do T1 inferiores. Na avaliação da PVENDO foram evidenciados no T1 os escores 1 (26,7%), 2 (56,7%), 3 (6,6%) e 4 (10,0%); sendo no T2 registrados os escores 1 (18,2%), 2 (39,4%), 3 (30,3%) e 4 (12,1%). A taxa de concepção foi mais elevada (p<0,05) nas vacas do T1 (63,3%) em relação ao T2 (42,4%). Portanto, conclui-se que a suplementação de vacas leiteiras com composto de AG associados a palma forrageira durante a primeira fase do período de transição proporcionou manutenção do ECC e baixa prevalência de endometrite subclínica, bem como resultados satisfatórios de taxa de concepção no pós-parto.