COMPETIÇÃO DE VARIEDADES DE ALGODÃO HERBÁCEO PARA CULTIVO NO AGRESTE PERNAMBUCANO

Francisco Abel Lemos Alves, Farnésio de Sousa Cavalcante, Ivan Souto de Oliveira-Júnior, Ivan Ferraz, Sérvulo Mercier Siqueira e Silva

Resumo


O algodão é uma cultura com grande potencial socioeconômico para a região Semiárida do Nordeste. O trabalho teve como objetivo avaliar o desempenho de genótipos de algodão herbáceo (Gossypium hirsutum), no Agreste de Pernambuco em sistema de sequeiro. O experimento foi conduzido na estação experimental do Instituto Agronômico de Pernambuco-IPA, localizado em Caruaru-PE. Os ensaios foram realizados nos anos de 2016/2017 em delineamento blocos casualizados, com quatro repetições e dez tratamentos. Foram avaliados cinco genótipos de fibras brancas (BRS ARARIPE, CNPA 8H, CNPA GO 2006-1023, CNPA GO 2007-419 e CNPA GO 2007-700) e cinco de fibras coloridas (BRS SAFIRA, BRS RUBI, BRS 200, BRS VERDE, BRS TOPÁZIO) quanto à altura das plantas (cm), estande final (nº plantas.ha-1), peso do capulho (g) e rendimento de algodão em caroço (kg.ha-1). Os resultados indicam variabilidade significativa pelo teste F (P<0,05) entre os genótipos, nos dois anos de cultivo, para todas as características analisadas. O BRS 200 (109,00 cm), BRS SAFIRA (106,36 cm), BRS RUBI (105,61 cm), BRS TOPÁZIO (102,73 cm) e CNPA GO 2006-1023 (93,75 cm), se destacam pelo crescimento em comparação aos outros. O CNPA GO 2007-700 (40.750 plantas.ha-1) e BRS 200 (41.500 plantas.ha-1) tiveram as maiores densidades populacionais, mas não foram os mais produtivos. O CNPA GO 2006-1023 (1.460,00 kg.ha-1) e CNPA GO 2007-419 (1.762,50 kg.ha-1) tiveram os maiores rendimentos de algodão em caroço. Os genótipos avaliados possuem potencial de cultivo no Agreste Pernambucano, no entanto, mais estudos precisam ser conduzidos para recomendação dos mais produtivos e adaptados a região.


Palavras-chave


Agricultura familiar de sequeiro. Agroenergia. Cotonicultura.

Texto completo:

PDF

Referências


SINDA-ABRAPA. Sistema Nacional de Dados do Algodão - Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Algodão no Brasil. Disponível em: . Acesso em: 08 de julho de 2018.

ALVES, F. A. L. et al. Genetic diversity and seasonal chemical profile by 1H NMR and cytotoxic activity in Opuntia and Nopalea genres. Journal of Medicinal Plants Research, Nigéria, v.10, n.40, p.732-747, 2016.

ALVES, F. A. L. et al. Chemical and Nutritional Variability of Cactus Pear Cladodes, genera Opuntia and Nopalea. American Journal of Food Technology, New York, v.12, n.01, p.25-34, 2017.

ALVES, W. W. de. A. et al. Métodos de determinação e níveis de água disponível no solo: efeito sobre a cultura do algodoeiro herbáceo. Revista Caatinga, Mossoró, v. 23, n.4, p. 91-96, 2010.

BRITO, G. G. et al. Physiological traits for drought phenotyping in cotton. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.33, n.1, p.117-125, 2011.

CARDOSO, G. D. et al. Períodos de interferência das plantas daninhas em algodoeiro de fibra colorida ‘BRS Safira’. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 41, n.3, p. 456-462, 2010.

CHIAVEGATO, E. J.; BERNARDES, M. S.; CARVALHO, H. D. R. Estratégias para melhorar o aproveitamento da luminosidade na cultura do algodão In: ECHER, F. R. (Ed.) O algodoeiro e os estresses abioticos: temperatura, luz, água e nutrientes. Cuiabá: Instituto Mato-Grossense do Algodão, 2014. v. 1, cap. 2, p. 43-62.

COMEX STAT-MDIC. Sistema para consulta e extração de dados do comercio exterior brasileiro - Ministerio da Industria, Comercio Exterior e Serviços. Exportação e importação geral. Disponível em: http://comexstat.mdic.gov.br/pt/geral. Acesso em: 08 de julho de 2018.

CORDÃO-SOBRINHO, F. P. et al. Fiber quality of upland cotton under different irrigation depths. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.19, n.11, p.1057-1063, 2015.

CUNHA, R. G. da. et al. Arranjo espacial e biorreguladores de crescimento na produtividade do milho. Revista de Ciências Agroambientais, Alta Floresta, v.14, n.2, p.22-31, 2016.

ECHER, F. R. et al. Estresse hídrico induzido por manitol em cultivares de algodão. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v. 41, n. 4, p.638-645, 2010.

GILIO, T. A. S. et al. Genetic divergence among cotton genotypes grown in the main season and off season. Revista Caatinga, Mossoró, v.30, n.2, p. 377-390, 2017.

GWATHMEY, C. O.; LEIB, B. G.; MAIN, C. L. Lint yield and crop maturity responses to irrigation in a short-season environment. The Journal of Cotton Science, Baton Rouge, v.15, n.1, p.1–10, 2011.

MARTINS, E. F. P. et al. Curvas de índice de sítio para leucina [Leucaena leucocephata (Lam.) de Wit] no agreste de Pernambuco. Ciência Florestal, Santa Maria, v.17, n. 4, p.365-376, 2007.

OLIVEIRA, R. I. et al. Recomendação de cultivares de algodão para cinco ambientes nos estados da Bahia e Sergipe: Ensaios realizados no ano agrícola de 2005. Aracaju: Embrapa, 2006. 6p. (Circular Técnica, 39).

OLIVEIRA, F. de. A. de. et al. Produção do algodoeiro em função da salinidade e tratamento de sementes com regulador de crescimento. Revista Ciência Agronômica, Fortaleza, v.43, n.2, p. 279-287, 2012.

SILVA, I. P. F. et al. Estudo das fases fenológicas do algodão (Gossypium hirsutum, L.). Revista Científica Eletrônica de Agronomia, Garça, v.20, n.1, 2011. Disponível em: . Acesso em: Dez. 2011. ISSN 1677-0293.

SILVA, M. T.; SILVA, V. P. R. da.; AZEVEDO, P. V. de. O cultivo do algodão herbáceo no sistema de sequeiro no Nordeste do Brasil, no cenário de mudanças climática. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, Campina Grande, v.16, n.1, p.80-91, 2012.

SILVA, G. et al. Crescimento e produção de cultivares de algodão herbáceo consorciados no Cariri Cearense. ACSA – Agropecuária Científica no Semi-Árido, Campina Grande, v.9, n.3, p.104-109, 2013.

SILVA, N. G. de. M. et al. Effects of planting densityand organic fertilization doses on productive efficiency of cactos pear. Revista Caatinga, Mossoró, v. 29, n.4, p.976-983, 2016.

SILVA, F. de. A. S.; AZEVEDO, C. A. V. de. The Assistat software version 7.7 and its use in the analysis of experimental data. African Journal of Agricultural Research, Nigéria, v.11, n.39, p.3733-3740, 2016.

YEATES, S. Efeitos do estresse hídrico na fisiologia do algodoeiro. In: ECHER, F. R. (Ed.) O algodoeiro e os estresses abioticos: temperatura, luz, água e nutrientes. Cuiabá: Instituto Mato-Grossense do Algodão, 2014. v.1, cap. 3, p. 63-78.

YEATES, S. J.; ROBERTS, J. M.; RICHARDS, Q. D. High insect protection GM Bt cotton changes crop morphology and response to water compared to non Bt cotton. In: “Food Security from Sustainable Agriculture” Edited by H. Dove Proceedings of 15th Agronomy Conference 2010, 15-18 November 2010, Lincoln, New Zealand. http://www.regional.org.au/au/asa/ 2010.

ZONTA, J. H. et al. Efeito da irrigação no rendimento e qualidade de fibras em cultivares de algodoeiro herbáceo. Revista Caatinga, Mossoró, v.28, n.4, p.43-52, 2015.

ZONTA, J. H. et al. Manejo da irrigação do algodoeiro. Campina Grande: Embrapa, 2016. 8p. (Circular Técnica, 139).

ZONTA, J. H. et al. Cotton response to water déficits at diferente growth stages. Revista Caatinga, Mossoró, v. 30, n.4, p. 980-990, 2017.




DOI: https://doi.org/10.12661/pap.2019.003

Métricas do artigo

Carregando Métricas ...

Metrics powered by PLOS ALM

Apontamentos

  • Não há apontamentos.



Pesquisa Agropecuária Pernambucana
ISSN 0100-8501 (impresso)
ISSN 2446-8053 (online)


Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA)
Av. General San Martin, 1371
Bongi, Recife, PE, CEP 50761-000
revista.pap@ipa.br